domingo, 15 de maio de 2016

De que adianta o "para sempre"?

Ando aqui às voltas sobre o que pensar, sobre o que escrever, se devo escrever, se devo publicar.
Isto não é sobre mim, mas sobre ti.
Espantou-me a minha reacção quando soube hoje porque partilhámos poucos momentos juntas.
Mas tinhas algo que chamava a atenção. Acho que era a tua aura. Tinhas um sorriso meigo, uma calma que irradiava do teu rosto e nos transmitia paz.
Depois fiquei a admirar-te por seres voluntária, abdicares das tuas férias e ires em viagem ajudar outros. Confirmava a alma nobre.
Depois transformaste-te num exemplo de força e esperança. E acho que foi isso que me fez desabar hoje...
São precisos exemplos de luta vencedora neste mundo, são precisas tochas de esperança para aguentar um dia-a-dia cada vez mais duro. Gostava que tivesses sido um. Perene. Presente. Físico.
De que adiantam estrelas no céu se são necessárias na terra? De que adianta "para sempre" quando o agora é imprescindível num beijo, num abraço, num olá, num (sor)riso, no trabalho, num momento, num olhar?
Num mundo de substituíveis, como será o mundo sem nós?
Obrigada pela tua pegada. Obrigada pelo teu rasto.
Obrigada pelo bom que deixaste nos que contigo conviviam. Porque foi esse o teu legado. Porque foi assim que enriqueceste este mundo.
Beijinho, Ana.