segunda-feira, 21 de abril de 2014

Energias, expectativas, desapegos e afins...

Há assuntos que me têm vindo a irritar solenemente: expectativas e energias.
Não tão irritante, contudo, como aquela execrável máxima "cada um tem o que merece". O TANAS!!!
Ou ainda aquela linda história do desapego: gosta, mas não te apegues (!!!)
E são tantas, tantas, que (às tantas) uma pessoa pergunta-se "mas que raio anda uma pessoa a fazer nesta vida?" Quando tudo ou tão pouco parece depender de nós? Quando supostamente o universo nos castiga por não emanarmos as energias devidas para uma vida feliz? Ou então nos diz "ah estás confortavelmente instalada nessa vidinha, ora toma aqui uma sacudidela!!" Mas se então uma pessoa até estava feliz, emanava, portanto, boas energias, porque muda a vida?
Ahh, é a questão das provas a superar, para dar o suposto devido valor à vida.
Ahhh bolas!!!
Sem expectativas o que é uma vida? Sem esperança em coisas melhores, não sentir muito para não sofrer, não acreditar no bom e belo. De que adianta acordar se não for para sonhar?
Agir sem expectativas é um sentir morno. É um caldo para amenizar a dor.
E no seguimento vêm as energias... Tem de se pensar positivo para que a vida corra bem ou melhor.
Sim, mas e quando se pensa positivo e mesmo assim a vida não corre bem? Foi devido aquela pequena percentagem em que te sentiste mais triste e, ZÁS!!!, o universo castiga-te por o enganares naqueles momentos? É por não entenderes as linhas com que ele se cose? É por não te expressares correctamente? Ou, a melhor de todas, porque tens uma lição a aprender? E, ainda melhor... porque como não entendeste à primeira, a coisa repete-se até aprenderes de vez, tipo reguada de professor para aluno burro?
E agora a lição de moral do desapego... Para mim a mais difícil de todas. É que eu simplesmente não consigo!! Se gosto, apego-me. Até pela criatura mais parva. Como se faz? Como se faz? Um dos desejos que pediria ao mago da lâmpada mágica era que me permitisse ser como um interruptor. "ON/OFF" nas situações adequadas, sem mais delongas.
É que uma pessoa pensa que está a fazer as coisas direitas, a dar as oportunidades devidas à vida que lhe calhou e parece que não acerta numa...
Amanhã lá terei de pensar numa aventura escrita positiva para contrabalançar esta negativa. Se não vem reguada do universo. Mais uma...

quinta-feira, 17 de abril de 2014

De pudinzinho a cute dancer

Nem tudo o que pensamos, dizemos. Nem tudo o que dizemos, pensamos.
Dizem que o melhor é falar sempre. Nem sempre concordo.
Dizem que o silêncio é de ouro. Nem sempre concordo.
Custa-me mais o silêncio quando estou acompanhada do que quando estou sozinha.
Há pessoas a quem nos custa dar um sorriso e uma palavra que seja.
Há pessoas por quem nutrimos um carinho tão espontâneo, que a meiguice no gesto e na palavra nos sai instantaneamente.
Tudo isto veio à mente porque numa mensagem a uma amiga, não a tratei pelo nome, mas sim por uma alcunha carinhosa.
E é nestas alcunhas que muitas vezes se sente o quanto somos acarinhados. Porque percebemos o seu sentido, o seu sentimento, a sua provocação brincalhona, o afecto nelas contido.
Que me lembre assim de repente, raramente me tratam pelo nome. E ele é bem fácil de se dizer de tão curto que é. A verdade é que muitas vezes o prolongam para Sandrinha. E este diminutivo para mim é sempre um aumentativo. Uma amiga chama-me sempre Sandra Maria e leva logo um sorriso dobrado. Ainda que os dois nome juntos, enfim...
Depois chamam-me de tudo: faloca, fofinha, macaquita, pudinzinho, estupor, ruiva, jeitosa, doce, flor, miguita, miúda, sisszinha, Ariel, Joana, russa, cute dancer.
E gosto :)


domingo, 13 de abril de 2014

Verdade(s)

Nesta coisa de olhar para trás vemos os nossos esqueletos, mas igualmente as nossas opções e consequentes escolhas. Também vemos as opções e escolhas de outros e como isso influenciou a nossa vida.
Aquela história de que as coisas vêm no momento certo serve de algum conforto, mas só mais tarde. Quando olhamos para trás, já com algum distanciamento do sentir...
Porque a verdade é que nós, em tempo presente, achamos sempre que tudo o que nos acontece é especial, aliado a um desejo de acreditar que a vida não se esquece de nós e que nos mostra que também pode haver Belo e Transcendente no nosso cantinho.
Acredito que algo (bom ou mau) nos tolda a razão e a emoção aproveita para se espraiar impiedosamente. Mas será o tempo futuro a dar-lhe um significado... importante... ou não.
A verdade é que a verdade das coisas nem sempre se revela no momento ou alguma vez se revelará.
Fica somente a nossa ideia de verdade.
E então, quando a vida perde a paciência com a nossa cegueira, num golpe de mestre, é generosa connosco. E também crua. Porque nos revela que o especial afinal não o era (assim tanto).
Há desalento, que o há - mais um -, sentimo-nos pequenos e insignificantes nesta roda cada vez mais acelerada do viver, mas é nestes momentos cruciais que vemos o passo a seguir, em vez de pararmos no marasmo da ilusão, do irreal.
O lamber das feridas pode (ou deve) ser feito em andamento.
É que assim, acredito, que mais facilmente estas sarem.
E agradecer... agradecer a nós, a Deus, aos céus, à natureza, o que acreditarem, por nos dar garras e ganas de viver. Num mundo cada vez mais impiedoso, é certo, mas acreditando sempre, firmemente, que quem entra na nossa vida entra por bem, de uma maneira ou de outra.