domingo, 13 de abril de 2014

Verdade(s)

Nesta coisa de olhar para trás vemos os nossos esqueletos, mas igualmente as nossas opções e consequentes escolhas. Também vemos as opções e escolhas de outros e como isso influenciou a nossa vida.
Aquela história de que as coisas vêm no momento certo serve de algum conforto, mas só mais tarde. Quando olhamos para trás, já com algum distanciamento do sentir...
Porque a verdade é que nós, em tempo presente, achamos sempre que tudo o que nos acontece é especial, aliado a um desejo de acreditar que a vida não se esquece de nós e que nos mostra que também pode haver Belo e Transcendente no nosso cantinho.
Acredito que algo (bom ou mau) nos tolda a razão e a emoção aproveita para se espraiar impiedosamente. Mas será o tempo futuro a dar-lhe um significado... importante... ou não.
A verdade é que a verdade das coisas nem sempre se revela no momento ou alguma vez se revelará.
Fica somente a nossa ideia de verdade.
E então, quando a vida perde a paciência com a nossa cegueira, num golpe de mestre, é generosa connosco. E também crua. Porque nos revela que o especial afinal não o era (assim tanto).
Há desalento, que o há - mais um -, sentimo-nos pequenos e insignificantes nesta roda cada vez mais acelerada do viver, mas é nestes momentos cruciais que vemos o passo a seguir, em vez de pararmos no marasmo da ilusão, do irreal.
O lamber das feridas pode (ou deve) ser feito em andamento.
É que assim, acredito, que mais facilmente estas sarem.
E agradecer... agradecer a nós, a Deus, aos céus, à natureza, o que acreditarem, por nos dar garras e ganas de viver. Num mundo cada vez mais impiedoso, é certo, mas acreditando sempre, firmemente, que quem entra na nossa vida entra por bem, de uma maneira ou de outra.




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