domingo, 29 de setembro de 2013

Urnas carregadas de Esperança

As primeiras eleições em que votei, acabadinha de fazer 18 anos, foi para a Presidência da República.
Lembro-me que mal pude começar a tratar do cartão de eleitor, fi-lo. Para mim, este cartão era de grande importância, logo a seguir ao BI e cartão de contribuinte. Ainda hoje penso assim.
Eu queria mesmo votar,  estava ansiosa pelo dia, pela 1ª vez achava que estava a contribuir com algo para o país.
De lá para cá só falhei uma vez o meu dever de voto porque estava ausente do país. Não foi premeditado, mas senti-me em falta. Actualmente, dia de eleições não é para estar ausente, organizo a minha vida nesse sentido. E se tiver de me ausentar... as urnas abrem às 8hrs. Em 5 minutos o meu dever está cumprido.
De lá para cá desiludi-me com a política, mas gosto de uma boa tertúlia sobre a mesma. Mais do que a opinião dos políticos da praça, gosto de ouvir a opinião das pessoas e "entendidos".
De lá para cá descobri que sou apartidária, que acredito em pessoas e projectos.
De lá para cá descobri que não há pessoas e projectos perfeitos.
De lá para cá descobri que muito boas intenções são barradas e nunca saem do papel.
De lá para cá descobri que o melhor dos projectos nunca reúne consenso.
De lá para cá descobri que o pior dos projectos agrada sempre a alguém.
De lá para cá descobri que abomino obra feita à custa do endividamento brutal, do engano e ilusão dos que trabalham e não vêm pagamento tão cedo. É um dos mais importantes parâmetros para definir o meu voto. Hoje, mais uma vez, vai defini-lo.
Mas voto.
Porque é um dever cívico. É o meu país, por muito desiludida e descontente que possa estar.
É a minha maneira de dizer que tenho esperança em dias melhores, que acredito e confio naquelas pessoas que são mais corajosas que eu, que vão além do voto e agem, espero, em prol dos outros.
Sei de trabalho muito bem feito, muitas horas dadas aos outros, a pensar num bem maior e geral.
Por isso não aceito razões para não votar.
Como se já não houvesse mais nada a ganhar e tudo a perder.
Porque a obra feita não nos atinge directamente, mas outros.
Porque há corrupção. Como se não votando a estivéssemos a impedir.
O desapontamento não pode ser um motivo. Se nos abstivéssemos em todas as nossas desilusões, o nosso mundo não melhorava. Se não gostamos e aceitamos isso na nossa vida...
Para o bem e para o mal somos um povo. Pensar e agir no geral é pensar e agir  em particular.
Os outros somos nós.
Já votei :)

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