sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Subtextos

Lembro-me muito pouco do meu 1º dia de escola.
Na memória só ficou registada a viagem casa - escola, no táxi do pai, em pé no banco de trás e de mochila às costas. Recordo-me do frenesim que me deixava irrequieta.
Primária... Ciclo... Liceu... Universidade...
Complexo de inferioridade... a consciência de que tinha sido dotada de neurónios que funcionavam bem se eu o quisesse... o aprofundar de amizades... o grito de liberdade...
Comum a todos eles: o passar à primeira cada ano, o empenho, a vontade de ser boa aluna, de ser um orgulho para os pais, a colega porreira, a discrição no comportamento.
Da escola, o que mais me marcou não foram as matérias dadas. O devido valor a muitas só foi reconhecido já em fase adulta. O que mais me marcou foi todo um mundo paralelo à aprendizagem: a vontade do conhecimento, de estar atenta e aberta ao mundo, a capacidade adquirida de algum discernimento, as amizades criadas e mantidas ao longo dos anos, os bons momentos daí gerados.
Os maus momentos ajudaram a temperar e a saborear os bons.
O tempo da universidade foi o meu preferido. Estudar numa cidade fora foi... o grito de liberdade... e um conhecimento aprofundado da minha pessoa, o rasgar de amarras a todos os níveis, a descoberta de forças interiores que eu desconhecia.

O pequeninotes da família, no dia 16 de Setembro começa o 1º dia de uma labuta de pelo menos 12 anos.
Que aprenda o a,e,i,o,u do companheirismo, da rectidão, do valor do trabalho; que aprenda a multiplicar e a dividir vitórias, a subtrair o supérfluo e as derrotas, a somar amizades e amores.
E que se divirta... muito... que faça noitadas, directas, que apanhe muitas borracheiras e que cante Quim Barreiros à desgarrada.
Que viva!
Benvindo à escola, Afonso!



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