Desculpava-lhes a insistência e não raras vezes sentia-se incomodada por lhes falhar. Não seria aquele. Mais uma vez.
Ele não fugiu à regra. Olhou-o despercebidamente com curiosidade, mas não se sentiu cativada. Não mudou a sua postura em nada, nem mesmo para ela própria cativar. Esqueceu-o durante o jantar.
Foi no bar que ele se aproximou. Os sentidos meios embriagados permitiram o abraço sem autorização. Era um convite à dança a dois. Ela aceitou numa tentativa de relaxar e saborear o momento. Não conseguiu. Enquanto dançava pensava em tudo menos no prazer de estar, de dançar. Não eram aqueles braços que ela queria a envolvê-la. Flashes de outro surgiam enquanto se movia, o pouco prazer que sentia era a imaginar aqueles momentos com outra pessoa. Não era justo. Ele não merecia por muito que não fosse o seu tipo de homem. Não o olhava, seria demasiado íntimo. Assim que teve oportunidade simpaticamente desapegou-se. Ele percebeu e afagou-lhe o cabelo. Ela entristeceu profundamente.
Alguém lhe ofereceu uma bebida, ela aproveitou para repor o sorriso e fazer de conta que estava tudo bem.
Não aguentou muito mais tempo. Pouco depois despedia-se dos amigos alegando cansaço.
Ainda que a noite tivesse sido boa algo podre já a consumia. Confrontava-se mais uma vez consigo, com a teia incapacitante em que se tinha emaranhado e da qual não se conseguia libertar.
A caminho de casa, sozinha, acompanhava-a o volúvel, o engano, o desânimo.
As empatias não se escolhem, os caminhos sim. E desabou.
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