terça-feira, 5 de agosto de 2014

Manifesto

Há dias em que parece que o mundo nos cai em cima. Seja porque se conjuga toda uma série de coincidências a complicar o que deveria ser simples, seja pelo acumular de tensões que não desaparecem com uma boa noite de sono ou um bom dia de sol.
Há dias que poderiam saltar do calendário.
I want my silly season... Até parece que isso este ano desapareceu. Quero aquela estação em que o fútil permite uma ligeira pausa da seriedade do restante ano, que o sol permite relaxar o corpo e dar azo à preguiça boa e despreocupada.
Há dias em que me canso do mundo. Entendo-o cada vez menos. Desilude-me cada vez mais.
I want my silly season to escape.
Não quero pensar no banco que está a pôr em causa o meu posto de trabalho.
Não quero pensar como tinha um trabalho tão interessante e que adorava e que de um momento para o outro mo foi retirado.
Não quero pensar na estupidez das pessoas e na minha imensa dificuldade em lidar com ela.
Não quero pensar nas minhas amigas que partem para os estrangeiro porque cá não vêm aproveitadas as suas capacidades de trabalho e que lá fora são reconhecidas.
Não quero chorar de desmotivação e exaustão a caminho de casa.
Não quero a solidão do fim de tarde.
Não quero adeus, muito menos dos fáceis. Se tiver que haver adeus que haja a dificuldade de uma despedida.
Não quero teias. Estou cansada das minhas teias.
Quero o aconchego de uma boa conversa.
Quero o meu humor de volta.
Quero acreditar que tudo tem sempre uma solução.
Quero acreditar que é sempre possível suplantar dificuldades de expressão.
Quero acreditar que nada é em vão.
Quero aqueles dias em que uma pessoa acorda a sorrir e faz sorrir.




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