Há dias em que as nossas ferramentas de adulto não resolvem nada.
Há dias em que sentimos o mundo como algo estranho e feroz, com aquele espanto e receio de pequenos.
"Isto é possível!?"
E queremos colo. Queremos aninhar-nos em alguém que nos é querido e pedir-lhe "faz desaparecer".
Já sabemos que não desaparece, mas atenua. Sentimo-nos menos perdidos. É uma espécie de vaga quente que nos percorre da cabeça aos pés ao saber que temos alguém que cuida de nós, que nos quer bem. Não cura, mas é paliativo.
Há dias que apetece apagar o mundo.
Há dias que nos apetece apagar a nós mesmos por nos boicotarmos constantemente, por não termos um manual de instruções claro e por não entendermos o dos outros.
Control - alt - delete (simples, assim) ao receio, à desconfiança, ao egoísmo, à mágoa.
Não é assim tão complicado vermos o outro como um ser que sente, que gosta, que sofre.
Por estas linhas mestras estaremos a cuidar no imediato o outro, mesmo o desconhecido, e quase sem esforço.
Não faças aos outros o que não queres que te façam a ti.
Não é difícil,... não pode ser difícil.
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