segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Cantos

Começar o ano com despedidas não é o mais agradável, com toda a certeza. A não ser aquelas que avizinham cenários melhores. Mesmo assim há sempre um travo agridoce. Mais acre ou mais doce depende do que se deixa para trás.
A despedida começou a ser desvendada em meados do ano passado, mas lá está, a esperança é a última a morrer...
Hoje em dia nem todos têm a sorte de trabalhar na área em que estudaram, de trabalhar com boas equipas, de gostar do que se faz. Eu tinha as três coisas. Tenho. Continuo na área, nova e boa equipa. Deveria sentir-me satisfeita, não é? Então porque raio sinto que me tiraram algo de que vou ter imensas saudades? Porque efectivamente tiraram-me e nunca nada é linear. A mesma coisa pode ter imensas nuances.
Porque a minha vida mudou sem minha autorização.
Em Dezembro as más notícias já adivinhadas foram dadas e a despedida preparada. E assim o fiz privadamente, com nostalgia, mas serena. E pensa-se que as coisas estão bem sanadas... até que voltas da vida te levam a ir ao local de trabalho uma última vez e vê-lo a ser desmantelado. E não se consegue evitar a comoção e pensar que ali residiu um período bem feliz, que esse estava a ser desmantelado também. Não nos apegamos a cantos, mas à história dos cantos.
Agora..., agora é o que for.

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