Sempre que posso respondo ao chamamento. Quando lá chego encanto-me.
Depois, sei que é um lugar bom para mim porque me tranquiliza, me pacifica, me faz feliz.
E contrariamente ao conselho dado na belíssima música do Rui Veloso "As Regras da Sensatez" tento voltar sempre ao lugares onde vou sendo feliz.
É uma espécie de moid, o meu assinalado pelos lugares onde me inspiro.
Já estão marcados:
✥ Braga, mais precisamente Vila de Prado. Aqui o tempo para e venho de energias recarregadas. Porque (não é só do sítio, não) tenho aqui uma das minhas mais belas amizades. Uma amizade supostamente improvável por ter começado virtualmente. Aqui vive uma amiga minha fada porque em tudo o que toca encanta, todo o problema que existe, se não deixa de existir, a sua preocupação diminui. Neste local há uma fonte mágica que em vez de água brota força interior.
✥ Lisboa. Vivo em Aveiro, numa cidade que dizem ser das melhores do país em qualidade de vida. Mas Lisboa é que me preenche. No meio de todo o caos das filas, do rebuliço das pessoas, do movimento incessante, tenho o frenesim das artes, do teatro e de tantas mais coisas que me fazem sentir viva.
O meu coração bombeia muito mais em Lisboa, mas também daqui sai escoado. Sofro sempre na chegada e na partida.
✥ Costa Nova. São as dunas, o mar, a areia, a tranquilidade, o fechar os olhos e deixar-me ir nas ondas...
✥ Dornes. Aqui está um sítio mágico. Um pequena localidade incrustada no concelho de Ferreira do Zêzere com cerca de 600 habitantes. Acho que vi uns 6 habitantes, no máximo. Mal se via vivalma por ali. Nem o café local aberto. O seu casario é incaracterístico. Não é uma vila bonita como uma aldeia de xisto portuguesa. É encimada por uma torre pentagonal e a igreja Nossa Senhora do Pranto. É a sua história e localização que a tornam tão especial. Situa-se numa península à beira-Zêzere e está-se perante uma paisagem deslumbrante de água e verde. Apetece ficar ali sem horas marcadas a olhar, olhar, olhar, respirar fundo, olhar, olhar e olhar. Os seus habitantes só podem ser pessoas felizes.
Este sábado era ali que tinha de estar e compreendi porquê. É um retiro maravilhoso.
Em dias de sol, o vilarejo deverá ser banhado por uma luz incrível que só poderá elevar o potencial energético daquelas águas e daquele verde sem fim.
Será com certeza embelezado pelo romantismo das chuvas quando as nuvens zangadas e chorosas se apoderam dos céu.
O nevoeiro dar-lhe-á uma aura de mistério sem fim, como se fosse um sítio imaginado.
Ah, e os trovejos..., esses, serão pretexto agradável para um colo cúmplice.
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